Parceria entre PJF e Sistema Prisional leva acauteladas ao Fórum da Cultura

Nesta segunda-feira, 8, dez acauteladas do sistema prisional de Juiz de Fora, que atuam no Horto Florestal da Empresa Municipal de Pavimentação e Urbanidades (Empav), participaram de uma visita ao histórico prédio do Fórum da Cultura, no Centro.

As visitantes foram apresentadas à estrutura e à história de um dos espaços culturais mais importantes de Juiz de Fora. Na oportunidade, entre outras exibições com a temática "mulher", foram apresentados o documentário e a exposição fotográfica "Resistência é uma palavra feminina". As mulheres participaram, ainda, de uma roda de conversas mediada por representantes de coletivos da cidade.

Bruna Dias, que está no regime semiaberto, falou da sensação de entrar pela primeira vez no Fórum da Cultura. “Eu não conhecia esse espaço, e tive a oportunidade através da Prefeitura e da Penitenciária. Gostei muito. Foi uma experiência nova, conheci pessoas novas e tenho certeza que isso vai somar muito para minha vida”, contou Bruna.

O diretor-presidente da Empav, Richard Tavares, ressaltou a importância da atividade no processo de ressocialização das mulheres que trabalham no Horto Florestal. “Sabemos que a reinserção dos indivíduos privados de liberdade não se restringe apenas ao mercado de trabalho. Envolve outras esferas, inclusive o acesso à cultura. Nesta visita, as mulheres, hoje no sistema prisional, tiveram a oportunidade de conhecer um patrimônio do nosso município, um pouco da história do teatro na cidade, além de terem contato com algumas das pessoas que são responsáveis pela cena cultural de Juiz de Fora”, pontuou Richard.

A atividade compõe a programação do projeto Integra, uma parceria viabilizada pela Secretaria de Segurança Urbana e Cidadania (Sesuc) com o sistema prisional, que busca ofertar às pessoas em privação de liberdade novas perspectivas com vista ao processo de ressocialização. Entre as ações do projeto estão: contato com serviços e equipamentos culturais, capacitação profissional, palestras e exposições a partir de produções dos próprios acautelados. “É preciso socializar, antes de ressocializar. Quando pensamos esse trabalho, pensamos maneiras de dialogar com o sistema prisional, a fim de criar oportunidades que humanizem relações, promovam e valorizem caminhos para a reinserção à sociedade. Assim vamos promovendo experiências de sociabilização a essas pessoas”, explica a secretária de Segurança, Letícia Paiva Delgado.

Uma das apoiadoras do projeto, a vereadora Laiz Perrut também participou da roda de conversa que fechou a visita. "Quando investimos na ressocialização, estamos investindo no futuro dessas pessoas. O (projeto) Integra e todas essas possibilidades de trabalho são muito importantes para a profissionalização e reinserção dessas mulheres, contribuindo para que depois que elas saírem do Sistema Prisional, não retornem e possam viver com dignidade", ressaltou a vereadora.